I.
todos os dias eu morro algumas mortes e enterro-me à noite. juntei tantas mortes que nem entro mais em luto. morrer se tornou tão banal quanto viver. II.
todas as manhãs o agricultor planta sementes de sonhos e alimenta a peste que os devora à noite. juntei sementes em solo infértil. nunca desabrochei.
III. acordo e anoiteço dentro do peito. em tardes de sol, moro nas sombras e respiro nublados nas noites de estrelas. meu sorriso é da cor das nuvens. cinza.
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