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tudo são fragmentos

nossas fotografias, os presentes trocados o ingresso da primeira peça que assistimos a mesa de bar que assistiu ao primeiro beijo são fragmentos os poemas que te fiz as músicas que cantou pra mim são fragmentos quando agarrei nossos versos com as mãos eles se dissolveram como areia entre os dedos caíram como cacos nos pés juntei os estilhaços quis reescrever canções mas não lembrava seu sobrenome ele também virou fragmento caminhei perto da sua casa a rua em que você mora é fragmento dias atrás te encontrei por acaso perto da avenida paulista o palpitar do coração é fragmento o coração não lembrar de você ao ouvir 5 a seco é fragmento o jeito que você me olhava não ele já foi varrido pelo vento apenas trechos de romance foram encontrados a outra parte é páginas arrancadas e gastas pelo tempo uma transa de despedida é o que sobrou de nós: pedaços pouco permanece o silêncio é fragmento a saudade também as lembranças o sentimento tudo são fragmentos só a ausência que não ela é inteira [quando o todo é as partes e as partes se distanciam]

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nas últimas semanas antes de dormir uma peste pula o portão bate com mãos pesadas à minha porta espia nas brechas das janelas força trincos para entrar minha visita é cão farejador caça sonhos, noites

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