(a Denise Cristina)
Teus pés, descalços caminharam no solo árido da injustiça Ainda assim, brilhaste na noite escura que devorou teus sonhos e devolveu-os em cacos
As areias da ampulheta narraram-me tuas batalhas e como escalaste os muros do labirinto da esperança
Saíste vencedora na luta de classe mesmo com os ventos tentando te dissipar...
[enquanto a mim, qualquer brisa é o suficiente para poetizar o caos]
Em vez de esvaecer teu fulgor, as rajadas espalharam teus exemplos de vida assim como teu ímpeto carinho derrama sobre mim os versos que te louvam
A força que se esconde por trás de teu olhar tece o fino tecido que carrega o fardo da realidade
O estalo de seu beijo serena o coração do eterno menino
e a tua mão sustenta o peso de minhas dúvidas, angústias e de meus medos.